14 de setembro de 2011

PROJETO MÚSICA NA ACADEMIA


Sede da Academia - Pintura Bico-de-Pena- Miguel Coelho 



 ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS
Rua Visconde do Uruguai, 456 - Centro
Niterói - RJ



 Projeto Música na Academia
realizado dia 14 de setembro de 2011, às 17 horas
  Academia Niteroiense de Letras.



Do samba gaúcho ao morro em prece
Apresentação: Lauro Gomes de Araújo
Homenageado: Lupicínio Rodrigues e Herivelto Martins
Participação: Integrantes do projeto Mesa de Botequim da AABB-Niterói




A Academia Niteroiense de Letras, trouxe para o projeto Música na Academia,
como homenageados dois grandes nomes da música e poesia de todos os tempos

Lupicínio Rodrigues e Herivelto Martins


 Para falar desses dois grandes talentos brasileiros,  Lauro Gomes de Araújo. foi uma tarde memorável, todos as pessoas presentes poderam ouvir músicas e poesias desses dois fenômenos das Música Popular Brasileira. Em destaque o Acadêmico Sandro Pereira Rebel, declamava poesias relacionadas aos textos músicas dos dois autores homenageados, e em seguida ouvia-se uma das músicas, do repertório riquíssimo da dupla Lupicínio e Herivelto.
uma uma tarde/noite prazerosa, todos que estiveram ali com certeza sairam encantados com esta apresentação musical maravilhosa. Confira abaixo as imagens que o FOCUS  fez exclusivamente para você.





Primeiramente ouvimos
a secretária Leda Mendes Jorge
falar do expediente do dia.



Lauro Gomes de Araújo,
apresentando a biografia
de Lupícinio e Herivelto



Lupicínio Rodrigues


Nasceu em Porto Alegre, 16 de setembro de 1914 e faleceu  27 de agosto de 1974 foi um compositor brasileiro. Lupe, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, Lupicínio buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos. De 1935 a 1947, trabalhou como bedel da Faculdade de Direito da UFRGS Nunca saiu de Porto Alegre, a não ser por uns meses em 1939, para conhecer o ambiente musical carioca. Porto Alegre era seu berço querido e todo o seu universo. Boêmio, foi proprietário de diversos bares, churrascarias e restaurantes com música, que seguidamente ia abrindo e fechando, tudo apenas para ter, antes do lucro, um local para encontro com os amigos. Torcedor do Grêmio, compôs o hino tricolor, em 1953: Até a pé nós iremos / para que der e vier / Mas o certo é que nós estaremos / com o Grêmio onde o Grêmio estiver. Seu retrato está na Galeria dos Gremistas Imortais, no salão nobre do clube. Deixou cerca de uma centena e meia de canções editadas; outras centenas que compôs foram perdidas, esquecidas ou estão à espera de quem as resgate. Encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre




Herivelto Martins

Nasceu  30 de janeiro de 1912 Rio de Janeiro, e faleceu em  17 de setembro de 1992 com 80 anos. Filho do agente ferroviário Félix Bueno Martins e da costureira e doceira Dona Carlota, nascido no distrito de Rodeio, em Engenheiro Paulo de Frontin, Herivelto Martins, aos três anos de idade, já se apresentava de casaca, declamando versos em eventos organizados por seu pai. Em 1916, a família mudou-se para Barra do Piraí onde "seu" Félix fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra do Piraí, que além de bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais. Ele organizou, ainda, o grupo Pastorinhas de Barra do Piraí, que se apresentava no Natal, com Herivelto vestido de Papai Noel. As atividades artísticas do pai motivaram o pequeno Herivelto a criar o seu próprio grupo teatral, com seus irmãos Hedelacy, Hedenir e Holdira e algumas meninos da vizinhança. Aos 9 anos de idade, compôs a paródia Quero Uma Mulher Bem Nua (Quiero una mujer desnuda) e o samba Nunca Mais, que não foi gravado. Aos 10 anos aprendeu música na Sociedade Musical União dos Artistas, de Barra do Piraí, onde tocou bombardino, pistom, e caixa, até a idade de 19 anos, mas apresentava preferência pelo violão e cavaquinho, que já "arranhava". Entre 1922 e 1931, participou como músico da banda da Sociedade Musical União dos Artistas de Barra do Piraí. Os problemas financeiros eram constantes, assim como as discussões domésticas. Herivelto e seus irmãos ajudavam, vendendo os doces que sua mãe fazia. A família acabou falindo e perdendo a casa, para pagamento de dívidas da Sociedade fundada por "Seu" Félix. Aos 12 anos de idade, Herivelto foi ser caixeiro em uma loja de móveis, emprego que o pai lhe arranjou. Em 1925, com apenas 13 anos, Herivelto conheceu os artistas circenses Zeca Lima e Colosso, que passavam pela cidade, e com eles formou um trio e seguiu para Juparanã  onde apresentaram um grandioso espetáculo. Durante um ano, o trio apresentou-se pelo interior do Rio de Janeiro, até que, procurados pela Polícia, Colosso e Zeca Lima foram presos em Vassouras e o delegado mandou Herivelto para casa.
Em 1930, com a promoção de "Seu" Félix, a família foi morar no Brás, a Rua Saião Lobato, em São Paulo e se empregou em um botequim, onde ganhou o apelido de Carioca.
Após mais uma discussão com o pai, aos 18 anos de idade e com apenas 1 conto e 200 réis no bolso, Herivelto partiu para o Rio de Janeiro, com o desejo de tentar uma carreira artística. Ele passou a dividir o aluguel de um pequeno quarto com seu irmão, Hedelacy, e mais seis rapazes, quatro deles mortos na Revolução de 32. Para sobreviver, teve de vender o relógio Roskoff "Estrada de Ferro", presente de seu padrinho.
No Rio de Janeiro, Herivelto foi palhaço de circo, vendedor, ajudante de contabilidade e, aos sábados, fazia barbas na barbearia onde o irmão Hedelacy trabalhava. Com o dinheiro da gorjeta, garantia o "Feijão à Camões" (prato fundo com feijão preto e uma colher de arroz no meio), do Bar de "Seu" Machado", da semana.
Foi no Bar de "Seu" Machado que Herivelto recebeu o convite de "Seu" Licínio, para gerenciar sua barbearia no Morro de São Carlos. Era sua oportunidade de conhecer os grandes sambistas que ali moravam. Foi no São Carlos onde Herivelto conheceu o compositor José Luís da Costa - Príncipe Pretinho- que lhe apresentou a J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupi, amigo do dono da gravadora RCA Victor.
Em 1932, Herivelto Martins, através de uma parceria com J.B. de Carvalho, conseguiu lançar, pela RCA Victor, sua composição Da Cor do Meu Violão, homenagem a uma namorada que teve no bairro do Carvão, em Barra do Piraí, que seu pai insistia em dizer que era escura demais para ele. A marchinha fez grande sucesso no carnaval daquele ano, o que levou Herivelto a integrar o coro do Conjunto Tupi como ritmista. Ele inovou ao fazer breques durante as gravações, quando isso não era permitido, e por essa e outras iniciativas, Mister Evans, diretor geral da RCA Victor, o promoveu a diretor do coro.
Em 1933, Herivelto teve mais duas músicas gravadas: O Terço do Zé Faustino, com Euclides J. Moreira, pelo Conjunto Tupi, e O Enterro da Filomena, pelo Conjunto RCA.
Em uma época em que o samba ainda não havia descido o morro e ganhado a cidade, Herivelto criou várias músicas para homenagear a Estação Primeira de Mangueira, entre elas: Saudosa Mangueira e Lá em Mangueira.
Em 1986, Herivelto Martins foi homenageado pela escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Tá na hora do samba, que fala mais alto, que fala primeiro, o homenageado participou do desfile.





A Cantora Eymar Fonseca,
cantou músicas do repertório
dos dois grandes artistas


O Cantor Isaias, cantou a música Caminhemos, e outras



Caminhemos

Herivelto Martins

Não, eu não posso lembrar que te amei
Não, eu preciso esquecer que sofri
Faça de conta que o tempo passou
E que tudo entre nós terminou
E que a vida não continuou pra nós dois
Caminhemos, talvez nos vejamos depois
Vida comprida, estrada alongada
Parto à procura de alguém
Ou à procura de nada...
Vou indo, caminhando
Sem saber onde chegar
Quem sabe na volta
Te encontre no mesmo lugar







O Cantor Rocha, com sua voz afinadíssima
estilo Nelson Gonçalves
encantou a platéia
com Atiraste uma Pedra,
Cabelos Brancos



Atiraste Uma Pedra

Herivelto Martins

Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem
E quebraste um telhado, perdeste um abrigo
Feriste um amigo
Conseguiste magoar quem das mágoas te livrou

Atiraste uma pedra com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou
Quebraste um telhado
Que nas noites de frio te servia de abrigo
Perdeste um amigo que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou

Mas acima de tudo atiraste uma pedra
Turvando esta água
Esta água que um dia, por estranha ironia
Tua sede matou
Atiraste uma pedra no peito de quem
Só te fez tanto bem


 

Cabelos Brancos

Herivelto Martins

Não falem desta mulher perto de mim
Não falem pra não lembrar minha dor
Já fui moço, já gozei a mocidade
Se me lembro dela me dá saudade
Por ela vivo aos trancos e barrancos
Respeitem ao menos os meus cabelos
Brancos

Ninguém viveu a vida que eu vivi
Ninguém sofreu na vida o que eu sofri
As lágrimas sentidas
Os meus sorrisos francos
Refletem-se hoje em dia
Nos meus cabelos brancos
E agora em homenagem ao meu fim
Não falem desta mulher perto de mim




Sandro recitando poemas


A cantora Eymar Fonseca,
aqui no momento de grande emoção
quando cantou
AVE MARIA NO MORRO,
 acreditem até os sinos
da igreja vibraram 
com tamanha maestria.


...

Ave Maria No Morro

Herivelto Martins

Barracão
De zinco
Sem telhado
Sem pintura lá no morro
Barracão é bangalô
Lá não existe
Felicidade
De arranha-céu
Pois quem mora lá no morro
Já vive pertinho do céu
Tem alvorada
Tem passarada
Ao alvorecer
Sinfonia de pardais
Anunciando o anoitecer
E o morro inteiro
No fim do dia
Reza uma prece
À ave maria
E o morro inteiro
No fim do dia
Reza uma prece
À ave maria
Ave maria
Ave












A sala de reunião
da Academia -lotada 
com pessoas que foram
ver de perto
a grande homenagem



Leda Mendes Jorge-
Secretária
Márcia Pessanha-
Presidente da Academia
Jorge Fernando Loretti -
Vice-Presidente


Vice-Presidente da Academia
Jorge Fernando Loretti,
emocionadamente
falou da homenagem
aos dois grandes artistas









Eu estive lá e cliquei tudo...

Um comentário:

  1. Parabéns pelo seu excelente tra balho, Alberto! É um orgulho ter vc na nossa terra.
    Bjs
    Bel

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