23 de agosto de 2012

PROJETO DATAS SIGNIFICATIVAS DA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS

A Sessão foi em homenagem ao
centenário de nascimento de Nelson Rodrigues
 
 
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 Academia Niteroiense de Letras
Rua Visconde do Uruguai, 456 - Centro
Niterói - RJ



SEQUENCIAL DAS IMAGENS DO EVENTO
 
 
Sede Academia Niteroiense de Letras
Bico-de-pena - Miguel Coelho
 
Wanderlino Teixeira Netto
palestrante do evento
momento em que inicia os trabalhos
 
 
Gracinda Rosa - escritora
fez uma homenagem a Nelson Rodrigues
leu um texto sobre o autor
 
 
 
Luzia Velloso - escritora
leu trechos do livro de Nelson Rodrigues
A VIDA COMO ELA É
 
Wanderlino Netto, Luiz Antônio Barros e Roberto Santos
composição da mesa
 
 
plateia atenta
ouve o palestrante do evento


Gilson Rangel Rolim - escritor
fez também uma homenagem a Nelson Rodrigues
leu trechos de textos do autor
sobre cinema e teatro.

Luiz Antônio Barros - professor e acadêmico
 

Roberto Santos - acadêmico
falou também sobre Nelson Rodrigues
 
foto panorâmica da escritora Gracinda Rosa


Bruno Pessanha - escritor
leu trechos de textos de Nelson Rodrigues
 
 
 
ASSISTA AO VÍDEO SOBRE NELSON RODRIGUES
RETIRADO DO YOU TUBE PELO FOCUS
 
 

 
 
Nelson Rodrigues
 
 
Nelson Falcão Rodrigues  nasceu em Recife, 23 de agosto de 1912 e faleceu Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980. Foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro, tido como o mais influente dramaturgo do Brasil.
 
BIOGRAFIA
 
Nascido no Recife, Pernambuco, mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade. Sua primeira peça foi A Mulher sem Pecado, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. A consagração se seguiria com vários outros sucessos, transformando-o no grande representante da literatura teatral do seu tempo, apesar de suas peças serem tachadas muitas vezes como obscenas e imorais. Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por futebol. Veio a falecer em 1980, no Rio de Janeiro.
 
 
 
Nascido na capital de Pernambuco e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida. Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.
Segundo o próprio Nelson em suas Memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na rua Alegre, 135 (atual rua Almirante João Cândido Brasil), no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.
Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.
Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã, após romper com Edmundo Bittencourt. Seria no jornal do pai que Nélson começaria sua carreira jornalística, na seção de polícia, com apenas treze anos de idade. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras. Neste período a família Rodrigues conseguiria atingir uma situação financeira confortável, mudando-se para o bairro de Copacabana, então um arrabalde luxuoso da orla carioca.
 
 
Nélson Rodrigues era um cronista tão perfeito que nem precisava ver o jogo. O resultado da partida, as escaramuças dos jogadores, os esquemas táticos, todas essas bobagens não passavam de detalhes secundários aos olhos do gênio. Ao Nélson Rodrigues importava a escalação do adjetivo certo na frase certa. Pouco interessava a distribuição de beques ou atacantes no retângulo verde. O relato dessas banalidades é tarefa que cabe aos “idiotas da objetividade” – estes pobres seres que só são capazes de enxergar a rala superfície dos fatos. A missão que Nélson Rodrigues outorgou a si mesmo era outra: traduzir em palavras a dimensão épica da maior paixão brasileira – o futebol. Para que, então, perder tempo com miudezas? Para que ouvir o narrador descrever o jogo na TV? Para que saber os nomes dos jogadores do Peru? Para que saber se o meio de campo do Brasil estava ou não estava inspirado?– Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana. “Às vezes, num córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural”, ele escreveu uma vez.
 
 
 
Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Assim, as peças seguem o plano de publicação:
 
 
 
Peças psicológicas:
A mulher sem pecado
Vestido de noiva
Valsa nº 6
Viúva, porém honesta
Anti-Nélson Rodrigues
Peças míticas Álbum de família
Anjo negro
Senhora dos Afogados
Doroteia
Tragédias Cariocas I A falecida
Perdoa-me por me traíres
Os Sete Gatinhos
Boca de ouro
Tragédias Cariocas II O beijo no asfalto
Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende
Toda Nudez Será Castigada
A serpente
 
 
 
 
 Filmes
Baseados na obra de Nélson Rodrigues Somos dois
 1950 - Direção: Milton Rodrigues
 Meu destino é pecar - 1952 - Direção: Manuel Pelufo
 Mulheres e milhões - 1961 - Direção: Jorge Ileli
 Boca de ouro - 1963 - Direção: Nelson Pereira dos Santos
 Meu nome é Pelé - 1963 - Direção: Carlos Hugo Christensen
 Bonitinha mas ordinária - 1963 - Direção: J.P. de Carvalho
 Asfalto selvagem - 1964 - Direção: J.B. Tanko
 A falecida - 1965 - Direção: Leon Hirszman
 O beijo - 1966 - Direção: Flávio Tambellini
 Engraçadinha depois dos trinta - 1966 - Direção: J.B. Tanko
 Toda nudez será castigada - 1973 - Direção: Arnaldo Jabor
 O casamento - 1975 - Direção: Arnaldo Jabor
 A dama do lotação - 1978 - Direção: Neville d'Almeida
 Os sete gatinhos - 1980 - Direção: Neville d'Almeida
 O beijo no asfalto - 1980 - Direção: Bruno Barreto
 Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 1981 - Direção: Braz Chediak
 Álbum de família - 1981 - Direção: Braz Chediak
 Engraçadinha - 1981 - Direção: Haroldo Marinho Barbosa
 Perdoa-me por me traíres - 1983 - Direção: Braz Chediak
 Boca de ouro - 1990 - Direção: Walter Avancini
 Traição - 1998 - Direcão: Arthur Fontes, Cláudio Torres e José Henrique Fonseca
 Gêmeas - 1999 - Direção: Andrucha Waddington
Vestido de noiva - 2006 - Direção de Joffre Rodrigues
Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 2009
 
Frases
A coleção de pérolas rodrigueanas daria para encher uma enciclopédia. Ruy Castro organizou, para a Editora Companhia das Letras, um volume que reúne, sob o título de Flor de Obsessão, as “mil melhores frases” do homem. Se quisesse, reuniria três mil, como estas vinte:
 “O brasileiro é um feriado”.
 “O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe, porém, um rajá, isto é, um líder que o monte”.
 “Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os achaques das múmias”.
 “Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes, ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf”.
 “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota”
 “Na vida, o importante é fracassar”
 “A Europa é uma burrice aparelhada de museus”.
 “Hoje, a reportagem de polícia está mais árida do que uma paisagem lunar. O repórter mente pouco, mente cada vez menos”.
 “Daqui a duzentos anos, os historiadores vão chamar este final de século de ”a mais cínica das épocas”. O cinismo escorre por toda parte, como a água das paredes infiltradas”.
 “Sexo é para operário”.
 “O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da História”.
 “A pior forma de solidão é a companhia de um paulista”.
 “Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos”.
 “As grandes convivências estão a um milímetro do tédio”.
 “Todo tímido é candidato a um crime sexual”.
 “Todas as vaias são boas, inclusive as más”.
 “O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato”
 “Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível”.
 “Sou um suburbano. Acho que a vida é mais profunda depois da praça Saenz Peña. O único lugar onde ainda há o suicídio por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona Norte”.
 “O adulto não existe. O homem é um menino perene”.
 "Não vou para o inferno, mas não tenho asas"
 "O óbvio também é filho de Deus."
 "O dinheiro compra até amor sincero."
 

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