28 de maio de 2012

"OS ECOS DE UM INTELECTUAL PLURAL - UMBERTO ECO FAZ 80 ANOS CONFERÊNICA DO INTELECTUAL ROBERTO KAHLMEYER-MERTENS NO CENÁCULO


Banner do Cenáculo


Com rara erudição e elegante postura, o intelectual Roberto S. Kahlmeyer-Mertens proferiu no dia 25 de maio no Cenáculo Fluminense de História e Letras, a conferência: “Os ecos de um intelectual plural – Umberto Eco faz 80 anos”. O tema em questão é uma homenagem que o conferencista fez em celebração ao Ano da Itália no Brasil, escolha bem efetuada, pois, afinal, Umberto Eco é um dos maiores pensadores italianos da contemporaneidade. Kahlmeyer-Mertens, que é integrante do quadro acadêmico daquela entidade, ao fim da apresentação, dedicou a conferência ao seu confrade no Cenáculo Luiz Calheiros da Cruz, que agora é também o neo-acadêmico da Academia Niteroiense de Letras. O Portal Focus trouxe as imagens na íntegra. Confira.


Roberto S. Kahlmeyer-Mertens
Início da palestra

Julio Cezar Vanni
Presidente do CFHL
inicia os trabalhos

Marcia Pessanha - Vice-Presidente, Julio Vanni - Presidente
e Liane de Souza Arêas - Secretária
momento de composição da mesa

Marcia Pessanha e Julio Vanni
convidam personalidades para
a composição da mesa

Roberto Kahlmeyer-Mertens
inicia o discurso

Plateia presente
(primeiro plano - Escritor Luiz Calheiros Cruz)


O Conferencista fala sobre Umberto Eco - Que ele nasceu  em Alexandria, 5 de janeiro de 1932. É Filósofo, semiólogo, metodólogo, historiador, ensaísta, romancista, linguista e bibliófilo. Fez Doutorado em Turim sob a orientação de Luigi Pareyson.


 
Composição mesa
Leda Mendes Jorge - Pres. ANE,
Neide Barros Rêgo, Centro Cultural Maria Sabina
Márcia Pessanha - Pres. ANL
Julio Cezar Vanni - Pres. Cenáculo
Liane Arêas - Sec. Cenáculo
Franci machado Darigo - Pres. IHGN

Composição mesa
Neide Barros Rêgo, Centro Cultural Maria Sabina
Márcia Pessanha - Pres. ANL
Julio Cezar Vanni - Pres. Cenáculo
Liane Arêas - Sec. Cenáculo
Franci Darigo - Pres. IHGN


Aqui o conferencista dando continuidade a palestra ...
Fala que o pensador, É um autor de fama internacional
por seu trablho em duas grandes frentes: Ensaio, Literatura.

A plateia ouve atentamente a palestra
(em primeiro plano - Aldo Pessanha, Luiz Calheiros Cruz
Walmir Rêgo, Geraldo Caldas)

Composição mesa
Leda Mendes Jorge - Pres. ANE,
Neide Barros Rêgo, Centro Cultural Maria Sabina
Márcia Pessanha - Pres. ANL
Julio Cezar Vanni - Pres. Cenáculo
Liane Arêas - Sec. Cenáculo
Franci Machado Darigo - Pres. IHGN
(outro ângulo)
...O nome da Rosa (1980):  Primeiro romance de Eco. Romance policial ambientado na Idade Média (escrito entre 1978-1979) publicado em 1980,  que se transformou em filme, atuado por
Sean Connery, Chistian Slater...

Sean Connery e Christian Slater
imagem de uma cena do filme - O nome da Rosa
Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.



... Nas obras de Umberto Eco, são usados muito a semiótica. O termo é o estudo da evolução dos sentidos das palavras através dos signos verbais e não-verbais, sistematicamente é a linguagem e suas relações metódicas. Semiótica é a Teoria que nos permite compreender sinais e desvendar suas referências aos códigos ao que pertencem. Permite ainda criação de novos códigos para interpretar as culturas que se criam em um determinado conceito sistemático. É o que dá o tom em 33 livros do pensador.
Dentre as quais obras destacam:

  • Obra aberta (1962), (obra mais comprometida com a semiótica)
  • Apocalípticos e integrados (1964),
  • A estrutura ausente (1968),
  • As formas do conteúdo (1971),
  • Como se faz uma tese (1995), (trabalho de metodologia, útil a alunos)
  • Kant e o ornitorrinco (1997), (crítica/refutação à categorias kantianas)
  • Cinco escritos morais (1997), (racismo, alteridade, fascismo)
  • História da Beleza (2004)     
  • História da Feiúra (2007)     
  • Não contem com o fim do livro (2010).
O palestrante ler trechos do livro O Cemitério de Praga
...A Idade Média é ingrediente presente na formação do autor

Neide Barros  Rêgo- Acadêmica
ouve atentamente o palestrante
  
Roberto Kahlmeyer-Mertens
encerrando o discurso

 
O quarteto aqui
Renato Carvalho - Escritor
Franci Darigo - Pres. IHGN
 Marcia Pessanha - Vice-presidente do Cenáculo
 e Liane Arêas - Sec. Cenáculo

A escritora Gracinda Rosa com Roberto Kahlmeyer

Alberto Araújo, Roberto Kahlmeyer e o amigo Eugênio

o músico Marco Aurélio Faria
esteve presente ao evento



UM POUCO SOBRE UMBERTO ECO


Umberto Eco

Umberto Eco Nasceu em Alexandria – Itália em 5 de janeiro de 1932 é um escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional. É titular da cadeira de Semiótica (aposentado) e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade de Bolonha. Ensinou temporariamente em Yale, na Universidade Columbia, em Harvard, Collège de France e Universidade de Toronto. Colaborador em diversos periódicos acadêmicos, dentre eles colunista da revista semanal italiana L'Espresso, na qual escreve sobre uma infinidade de temas. Eco é, ainda, notório escritor de romances, entre os quais O nome da rosa e O pêndulo de Foucault. Junto com o escritor e roteirista Jean-Claude Carrière, lançou no ano passado “Não Espere se Livrar dos Livros”, publicado em Portugal com o título A Obsessão do Fogo e ainda inédito no Brasil.
O Pensador começou como filósofo sob a orientação de Luigi Pareyson, na Itália.
Seus primeiros trabalhos dedicaram-se ao estudo da estética medieval, sobretudo aos textos de S. Tomás de Aquino.
A tese principal defendida por Eco, nesses trabalhos, diz respeito à idéia de que esse grande filósofo e teólogo medieval, que, como os demais de seu tempo, é acusado de não empreender uma reflexão estética, trata, de um modo particular, da problemática do belo.
A partir da década de 1960, Eco se lança ao estudo das relações existentes entre a poética contemporânea e a pluralidade de significados. Seu principal estudo, nesse sentido, é a coletânea de ensaios intitulada Obra aberta (1962), que fundamenta o conceito de obra aberta, segundo o qual uma obra de arte amplia o universo semântico provável, lançando mão de jogos semióticos, a fim de repercutir nos seus intérpretes uma gama indeterminável, porém não infinita de interpretações.
Ainda na década de 1960, Eco notabilizou-se pelos seus estudos acerca da cultura de massa, em especial os ensaios contidos no livro: Apocalípticos e integrados (1964), em que ele defende uma nova orientação nos estudos dos fenômenos da cultura de massa, criticando a postura apocalíptica daqueles que acreditam que a cultura de massa é a ruína dos "altos valores" artísticos — identificada com a Escola de Frankfurt, mas não necessariamente e totalmente devedora da Teoria Crítica —, e, também, a postura dos integrados — identificada, na maioria das vezes, com a postura de Marshall McLuhan —, para quem a cultura de massa é resultado da integração democrática das massas na sociedade.
A partir da década de 1970, Eco passa a tratar quase que exclusivamente da semiótica. Eco descobriu o termo "Semiótica" nos parágrafos finais do Ensaio sobre o Entendimento Humano (1690), de John Locke, ficando ligado à tradição anglo-saxônica da semiótica, e não à tradição da semiologia relacionada com o modelo linguístico de Ferdinand de Saussure.
Pode-se dizer, inclusive, que a teoria de Eco acerca da obra aberta é dependente da noção peirceana de semiose ilimitada. Nesta concepção do "sentido", um texto será inteligível se o conjunto dos seus enunciados respeitarem o saber associativo. Ao longo da década, e atravessando a década de 1980, Eco escreve importantes textos nos quais procura ele definir os limites da pesquisa semiótica, bem como fornecer uma nova compreensão da disciplina, segundo pressupostos buscados em filósofos como Immanuel Kant e Charles Sanders Peirce.
São notáveis a coletânea de ensaios As formas do conteúdo (1971) e o livro de grande fôlego Tratado geral de semiótica (1975). Nesses textos, Eco sustenta que o código que nos serve de base para criar e interpretar as mais diversas mensagens de qualquer
sub-código (a literatura, o sub-código do trânsito, as artes plásticas etc.) deve ser comparado a uma estrutura rizomática que dispõe os diversos sememas (ou unidades culturais) numa cadeia de liames que os mantêm unidos. Dessa forma, o Modelo Q (de Quillian) dispõe os sememas — as unidades mínimas de sentido — segundo uma lógica organizativa que, de certo modo, depende de uma pragmática.
A sua noção de signo como enciclopédia é oriunda dessa concepção. Como consequência de seu interesse pela semiótica e em decorrência do seu anterior interesse pela estética, Eco, a partir de então, orienta seus trabalhos para o tema da cooperação interpretativa dos textos por parte dos leitores. Lector in fabula (1979) e Os limites da interpretação (1990) são marcos dessa produção, que tem como principal característica sustentar a idéia de que os textos são máquinas preguiçosas que necessitam a todo o momento da cooperação dos leitores.
Dessa forma, Eco procura compreender quais são os aspectos mais relevantes que atuam durante a atividade interpretativa dos leitores, observando os mecanismos que engendram a cooperação interpretativa, ou seja, o "preenchimento" de sentido que o leitor faz do texto, procurando, ao mesmo tempo, definir os limites interpretativos a serem respeitados e os horizontes de expectativas gerados pelo próprio texto, em confronto com o contexto em que se insere o leitor.
Além dessa carreira universitária, Eco ainda escreveu cinco romances, aclamados pela crítica e que o colocaram numa posição de destaque no cenário acadêmico e literário, uma vez que é um dos poucos autores que conciliam o trabalho teórico-crítico com produções artísticas, exercendo influência considerável nos dois âmbitos. Ver, abaixo, a relação completa de suas obras que circularam ou circulam no mercado editorial brasileiro.


Obras: Romances:


O Pêndulo de Foucault. O nome da rosa (Il nome dellarosa, 1980) (Prêmio Médicis, livro estrangeiro na França); adaptação cinematográfica de Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery e Christian Slater nos papéis principais;
O Pêndulo de Foucault (livro) (Il pendolo di Foucault, 1988);
A ilha do dia anterior (L'isola del giornoprima, 1994);
Baudolino (Baudolino, 2000);
A misteriosa chama da rainha Loana (La misteriosa fiamma della regina Loana2004).
O Cemitério de Praga (Il cimitero di Praga), 2011


ENSAIOS:
Obra aberta (1962)
Diário mínimo (1963)
Apocalípticos e integrados (1964)
A definição da arte (1968)
A estrutura ausente (1968)
As formas do conteúdo (1971)
Mentiras que parecem verdades (1972) (co-autoria de Marisa Bonazzi)
O super-homem de massa (1978)
Lectorin fábula (1979)
Viagem na irrealidade cotidiana (1983)
O conceito de texto (1984)
Semiótica e filosofia da linguagem (1984)
Sobre o espelho e outros ensaios (1985)
Arte e beleza na estética medieval (1987)
Os limites da interpretação (1990)
O signo de três (1991*) (co-autoria de Thomas A. Sebeok)
Segundo diário mínimo (1992)
Interpretação e superinterpretação (1992)
Seis passeios pelos bosques da ficção (1994)
Como se faz uma tese (1995*)
Kant e o ornitorrinco (1997)
Cinco escritos morais (1997)
Entre a mentira e a ironia (1998)
Em que creem os que não creem? (1999*) (co-autoria de Carlo Maria Martini)
A busca da língua perfeita (2001)
Sobre a literatura (2002)
Quase a mesma coisa (2003)
História da beleza (2004)
La productiondes signes (2005 em francês)
Le signe(2005; em francês)


Roberto Saraiva Kahlmeyer-Mertens, professor de filosofia, filho de Roberto Harald G. Kahlmeyer-Mertens, politécnico e Maria Gicelma Saraiva, professora; irmão de Ricardo Saraiva Kahlmeyer-Mertens. Nasceu em Niterói, a 23 de julho de 1972, criando-se no bairro de Itaipu. Vindo de uma família de três gerações de professores, desde muito cedo desenvolveu o hábito de leitura, a ponto de, na década de 1980.


Cursou expressiva parte de seus estudos fundamentais no extinto Colégio Figueiredo Costa, em Santa Rosa, e completou seus estudos secundários no Curso Objetivo, em Niterói. Após dois dedicados apenas a leitura, iniciou em 1995 o curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense - UFF, abandonando-o para se dedicar aos estudos de filosofia. No mesmo ano, ingressou no curso de Filosofia (época em que tomou suas primeiras lições de alemão e grego) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, adquirindo o título de Bacharel, após ter apresentado a monografia: “Do conceito existencial do cuidado em Ser e tempo, de Martin Heidegger”.
Após seus estudos de francês e inglês, cursou o Mestrado em Filosofia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, terminando-o em 2003, defendendo a dissertação: “Análise estrutural do cuidado na analítica existencial de Martin Heidegger”. Logo em seguida, iniciou a graduação em Letras Português-Alemão na UFF, sem concluir, por força de sua aprovação no curso de Doutorado em Filosofia, naquela mesma data. Foi também em 2003 que teve sua primeira experiência docente, lecionando para o Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciências do Centro Universitário Plínio Leite - UNIPLI.


Atualmente, dedica-se ao Pós-Doutorado, preparando a tese “Metafísica e facticidade - A hipótese heideggeriana para o começo da metafísica em Ser e tempo“, e ministra aulas como professor substituto na Faculdade de Formação de Professores FFP-UERJ, onde já lecionou para o curso de Pós-graduação em Educação Básica. É Professor na Universidade Cândido Mendes - UCAM de Nova Friburgo e no Centro Universitário Plínio Leite - UNIPLI. Coordena pesquisas na área de Ciências Humanas, orienta monografias e já foi, por diversas vezes, Patrono e Paraninfo de turmas de formandos.
Pesquisando, desde 1995, a obra filosófica do autor alemão Martin Heidegger, é autor de vários livros: Filosofia Primeira - Estudos Sobre Heidegger e outros autores (2005), Tempo e Caminho (2006), Linguagem e método (2007), Verdade-Metafísica-Poesia (2007) e Heidegger & a Educação (2008). Em sua produção bibliográfica, além de uma série de artigos e ensaios publicados em diversas revistas periódicas nacionais. Mediador do blog cultural Literatura-Vivência.

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O PORTAL  FOCUS  AGRADECE:








Roberto S. Kahlmeyer-Mertens, Aldo Pessanha, Marco Aurélio Faria e Shirley Araújo, pelas as grandes contribuições nesta página, e também as personalidades que se deixaram fotografar para este Portal.

Créditos: A Enciclopédia Wikipédia, Site Toda Palavra de Luiz Erthal, e as imagens do pensador retirada da Internet.