Duas personalidades marcantes no mundo da cultura dos cariocas e fluminenses, Martinho da Vila e Sergio Cabral, foram entrevistados no 3º Salão da Leitura de Niterói noa dia 26 de junho de 2012 pelos mediadores Júlio Diniz e Paulo da Costa e Silva. O Focus esteve presente e trouxe as imagens para você. Confira.
Martinho da Vila - cantor, compositor e escritor
Sérgio Cabral Santos nasceu no Rio de Janeiro, 17 de maio de 1937, é um jornalista, escritor, compositor e pesquisador brasileiro.
Nascido no bairro de Cascadura, na capital fluminense, criado em Cavalcante, órfão de pai desde os quatro anos de idade. Começou sua carreira em 1957 como repórter policial do Diário da Noite, jornal vespertino dos Diários Associados. Em 1969, já como editor político do Última Hora, juntou-se a Jaguar e Tarso de Castro para a criação de O Pasquim.
Durante ditadura, foi preso por seu ativismo no jornal. Já foi, também, vereador da cidade do Rio entre 1983 e 1993. Neste mesmo ano foi indicado para ser conselheiro do Tribunal de Contas, cargo que ocupou até maio de 2007, quando resolveu se aposentar.
É pai do jornalista e político Sérgio Cabral Filho, atual governador do estado do Rio de Janeiro.
Obras
As Escolas de Samba - o que, quem, onde, como, quando e porque (19740)
Pixinguinha, Vida e Obra (1977)
ABC do Sérgio Cabral (1979)
Tom Jobim (1987)
No Tempo de Almirante (1991)
No Tempo de Ari Barroso (1993)
Elisete Cardoso, Vida e Obra (1994)
As Escolas de Samba do Rio de Janeiro (1996)
A Música Popular Brasileira na Era do Rádio (1996)
Pixinguinha Vida e Obra (1997)
Antonio Carlos Jobim - Uma biografia (1997)
Livro do Centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama (1998)
Mangueira - Nação Verde e Rosa (1998)
Nara Leão - Uma biografia (1991)
Ataulfo Alves (2009)
Sergio Cabral, Martinho da Vilaúlio Diniz e Paulo da Costa e Silva
Martinho da Vila
autografa livros para seus fãs
Martinho José Ferreira (Duas Barras, 12 de fevereiro de 1938) é um cantor, compositor e músico brasileiro
Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande veio para o Rio de Janeiro com apenas quatro anos. Quando se tornou conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela prefeitura em uma festa, e descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e hoje é o lugar que chama de "meu off-Rio".
Cidadão carioca criado na Serra do Preto-Forros, a primeira profissão foi como Auxiliar de Químico Industrial, função aprendida no curso intensivo do SENAI. Mais tarde, enquanto servia o exército como Sargento Burocrata, cursou a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970, quando deu baixa para se tornar cantor profissional.
A carreira artística surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando concorreu com a música "Menina Moça". O sucesso veio no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançando a canção "Casa de Bamba", um dos clássicos de Martinho.
O primeiro álbum, lançado em 1969, intitulado Martinho da Vila, já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo, além de "Casa de Bamba", obras-primas como "O Pequeno Burguês", "Quem é Do Mar Não Enjoa" e "Prá Que Dinheiro" entre outras menos populares como "Brasil Mulato", Amor Pra que Nasceu" e "Tom Maior".
Logo tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD Tá Delícia, Tá Gostoso lançado em 1995 (o primeiro foi Agepê, que em 1984 vendeu um milhão e meio de cópias com seu disco Mistura Brasileira). Destacam-se Zeca Pagodinho, Simone (CD Café com leite, um tributo a Martinho da Vila, 1996) e Alcione como os maiores intérpretes.
Prêmios
Sua história de prêmios está no rico acervo na cidade natal, Duas Barras. Entre os títulos guardados com carinho estão os de Cidadão Carioca, Cidadão benemérito do estado do Rio de Janeiro, Comendador da República em grau de oficial e a Ordem do Mérito Cultural, pela contribuição à cultura brasileira. Na coleção de medalhas, guarda a Tiradentes, além da famosa Pedro Ernesto, e na carreira musical ganhou em 1991 o Prêmio Shell de Música Popular Brasileira.
Escola de samba
A dedicação à escola de samba do coração, Unidos de Vila Isabel, iniciou em 1965. Antes, participava da extinta Aprendizes da Boca do Mato. A história da Unidos de Vila Isabel se confunde com a de Martinho. Desde essa época, assina vários sambas-enredo da escola.
Também envolvido nos enredos da escola, criou o samba Kizomba: A Festa da Raça, e garantiu para a GRES Unidos de Vila Isabel o título de Campeã do Carnaval das Escolas de Samba do Grupo Especial do ano de 1988.
Em 2009, ganhou o concurso de sambas da Vila Isabel mais uma vez. Em 2010 a GRES Unidos de Vila Isabel fez uma homenagem ao cantor, poeta e compositor Noel Rosa. Em 2010, se vivo fosse, Noel Rosa completaria 100 anos de idade, razão pela qual esta escola de samba escolheu-o como seu enredo para o carnaval deste ano. A razão para tal se deu por conta da importância artística e cultural que Noel Rosa representa para esta escola, além de ser um dos mais proeminentes da MPB.
O samba de Martinho da Vila foi escolhido em concurso realizado anualmente na escola de samba, passando por diferentes etapas eliminatórias, sendo eleito ao fim destas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário