ESCRITORES AO AR LIVRO
CURADORIA:
PAULO ROBERTO CECCHETTI
Aconteceu dia 09 de outubro de 2011, mais uma edição dos ESCRITORES AO AR LIVRO, com a curadoria de Paulo Roberto Cecchetti. Personalidades do mundo literário fluminense estiveram presentes e deixaram seu registro no livro de ouro. Escritores ao Ar Livro é uma associação que desde 2008 vem fazendo parte da história cultural de Niterói, e sempre acontece aos domingos ensolarados. Esta associação está aberta a qualquer poeta e escritor que queira divulgar o seu trabalho. Caro amigo Foculista você que tem trabalho interessante e que está no anonimato, vá lá e apresente suas obras, vá fazer parte desta história cultural fluminense, deixando sua obra para conhecimentos futuros da cidade ou da nação. O FOCUS este presente e trouxe as imagens do evento para você que não compareceu. Confira.
Paulo Roberto Cecchetti
Curador dos eventos
ESCRITORES AO AR LIVRO
Escritor Luís Antônio Pimentel
Fátima Naurem - Professora UFF
Escritora Gracinda Rosa
Os intelectuais aqui são:
Cecchetti, Sávio e José Pais
José Arteiro dos Santos
O talentoso escritor de "O HOMEM MODELADO"
frequentador assíduo dos eventos.
As ilustres aqui são:
V I S I T A N T E S
Escritor Sávio Soares de Sousa
Leia DOIS poemas belíssimos do escritor Sávio
DELITOS
Sávio Soares de Sousa
Santo não sou, nem anjo - como o dizes.
Enganam-te os teus olhos sedutores.
Entre a fé e a descrença, amargo crises
irmão-gêmeo de tantos pecadores.
Mas.. não são capitais os meus deslizes!
Que eu, na esteira dos gênios sonhadores,
da Beleza, - violando-lhe as matrizes, -
furto fiapos de névoa, multicores.
Contraventor da rima, e não perverso,
esse é o mundo de crime em que ando imerso.
Nem me atraem os ócios de outro ofício.
Perco o Céu, mas garanto o Purgatório,
graças a um divertido, e nada inglório,
contrabando de nuvens, que é meu vício.
SONETO CABALÍSTICO
Sávio Soares de Sousa
Flor medieva na Idade da Razão,
Por que com teu amor me desesperas,
Se o dilema de tuas Primaveras
Me situa entre a cruz e o caldeirão?
Querer-te ou não querer-te - eis a questão,
Tens veneno em teu beijo, em que temperas
o feitiço das bruxas de outras eras
e a volúpia moderna do Verão.
Tens veneno e tens mel... Então, fraquejo.
Se me beijas, pressinto que o teu beijo
me liberta de anseios imortais.
Morro, e sei que essa é a morte que mereço,
pois no estremo suspiro te agradeço
pelo doce veneno que me dás.
O poeta Luso-brasileiro José Pais de Moura
e Luís Antônio Pimentel, ambos lêem o belíssimo poema
ONIPOTENTE
José Pais de Moura
I
No cintilar das estrelas,
No rumo das caravelas,
Na lágrima duma criança,
No querer, perseverança,
Na certeza, se insiste...
Deus está,
Não o vimos, mas existe!
II
Na plumagem dum pavão,
No faro que tem um cão,
No voo de qualquer ave,
No vento, seja suave,
No bravio, quando em riste.
Deus está,
Não o vimos, mas existe!
III
Nas marés, do grande mar,
Na água, o borbulhar
Nos rios, a correnteza
Na lua, toda a beleza
Na chuva, quando persiste...
Deus está
Não o vimos, mas existe!
IV
Na lezíria, o esplendor
Nas rosas, o seu odor
No fruto da oliveira,
Na sombra duma azinheira
Numa expressão, mesmo triste...
Deus está,
Não o vimos, mas existe!
V
Na pradaria, o sustento,
Nos astros, o firmamento,
No bosque, sua espessura.
Nas salinas, a alvura
Na saudade, se partiste...
Deus está,
Não o vimos, mas existe!
VI
No poeta, no seu dom,
Na ventania, seu som,
No charme de uma mulher,
No cientista, o saber,
E quanto à missa, se assiste...
Deus está,
Não se vê... Mas ele existe!
Busto de Getúlio Vargas
na praça onde leva o seu nome.
No evento ESCRITORES AO AR LIVRO
tem leitores jovens, Maria Eduarda aqui
lendo o livro que acabara de adquirir
O MUCONGO
DO CAMPO DE SÃO BENTO
Três talentosos escritores fluminenses
que fazem parte dos ESCRITORES AO AR LIVRO
Luíz Antônio Barros, Gracinda Rosa e Carlos Rosa
Os três escritores em outro ângulo
O livro "Vinho Branco"
da conceituada escritora Belvedere Bruno
está em destaque na gôndola dos
ESCRITORES AO AR LIVRO
Três livros belíssimos
Poeta Alberto Araújo - Mediador do FOCUS
DIZ:
"Já li os três, e recomendo a todos os leitores,
"Já li os três, e recomendo a todos os leitores,
viajem nestas aventuras vale a pena"
B. Lopes
o Poeta Fidalgo
Liane Arêas
o livro - São Francisco tem história
- Memórias de um bairro de Niterói
Edson Dória
O poeta José Pais lendo suas poesias
Amália... sempre Amália
A platéia, o silêncio...
O trinar de uma guitarra, uma voz inconfundível
o xale pendente sobre os ombros, a penumbra, a nostalgia de um fado.
Oh! Amália! Amália!
O fado não aprendeste. Nasceu dentro de ti, em tua alma.
Como profunda é nossa dor, tua partida!...
As lágrimas que ainda rolam e se dissipam, simbolizam a derradeira homenagem.
O mundo te aplaudiu, vibrou. Teu nome, ecoava. As palmas intermináveis.
Dois nomes sempre presentes: O fado - Portugal.
E raças tão distantes levaste a Mouraria, tua rua da Palma, a tua Lisboa
Em tuas digressões na tua alma, na tua bagagem... também canções, folclore,
a tristeza e a alegria de teu país, do teu povo.
Teus galardões, tuas comendas, prova cabal desse teu talento iluminado.
Pela estrada da vida tiveste teus amores, paixões, decepções
companheiras também de nossas vidas,
Dizer-te além do que sinto, expor a tua grandiosidade, plenitude, não, não serei eu.
Que o digam sim... os também imortais: Camões - Pessoa
Estáticos, lado a lado lá te esperam.
Juntos e só para eles também no silêncio cantarás com a voz que Deus te deu,
Seus poemas, seus versos.
Os outros... saudosa Amália, estão dentro de nós.
(Este poema foi dedicado à tão sublime cantora fadista portuguesa Amália Rodrigues)
AMÁLIA RODRIGUES
Amália da Piedade Rodrigues, Nasceu em Lisboa, dia 23 de Julho de 1920 — faleceu em Lisboa, dia 6 de Outubro de 1999. Foi uma fadista, cantora e atriz portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado, comumente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado, e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções contemporâneas iniciando o chamado fado-canção e mesmo alguma música de origem estrangeira francesa, americana, espanhola, italiana, brasileira. Marcante contribuição sua para a história do Fado.
***
LOUCAS PAIXÕES
(Monólogo)
José Pais de Moura
Amor, amor
Quando te vejo
Sinto uma dor
De ânsia, desejo.
Desejo ardente
Que entranha no peito
De tão fervescente
Mais, escalda no leito.
Leito do amor
Do amor, por ser puro
Fascinador
Quando, também no escuro!
Loucas paixões
Embrenhadas no mundo
Diferentes razões
E, quantas sem fundo?
Tantas paixões
Volúveis, dispersas
Amor de ilusões
De falsas conversas.
Palavras tão ocas
Ocas, sem nexo
Podem ser loucas
Mas, cheiram a sexo!
O Livro Sinceramente
da escritora Leda Mendes Jorge
Livraria da UFF
Rua Miguel de Frias - Icaraí
(vista de quem está na praça)
Shirley Lopes - Artista Plástica e Poetisa
Cecchetti - Poeta e Escritor
Cecchetti e Alberto Araújo
Gracinda Rosa - Escritora
Luíz Antônio Barros
Professor e Acadêmico
Cecchetti, autografando livro
para o esportista Hiram
Os livros em destaque são:
Pequenos Amores - Gracinda Rosa
Vinho Branco - Belvedere Bruno
P. R. Cecchetti
Dona Luiza
sogra de Cecchetti
Escritores Andrade Netto e Sávio Soares
Praia de Icaraí
(vista privilegiada de quem está no evento)
Praça Getúlio Vargas
(vista de quem está no evento)
Leia o texto de Augusto Meyer
"No meu obtuso entendimento, aprender a escrever é aprender a escolher, cheirar, pesar, medir, sacudir antes de usar, apalpar, comparar e afinal rejeitar muito mais que adotar linguarudas famílias de palavras, que atravancam a memória e impedem que a gente se ouça um pouco, nos raros momentos de diálogo e múrmurio subjetivo, Para mim, o escritor é uma espécie de jejuador perpétuo:
condenado a transformar toda a exuberância da vida em dois ou três compassos da sua música interior, inatingível na essência mais profunda, jejua à mesa posta dos seus desejos, castigando com cilício as luxúrias do verbo"
Augusto Meyer
Nasceu em Porto Alegre em 24 de janeiro de 1902 — faleceu no Rio de Janeiro em 10 de julho de 1970 foi um jornalista, ensaísta, poeta, memorialista e folclorista brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filologia. Era filho dos imigrantes alemães Augusto Ricardo Meyer e Rosa Meyer. Colaborou em diversos jornais do Rio Grande do Sul, especialmente no Diário de Notícias e Correio do Povo, escrevendo poemas e ensaios críticos. Estreou na literatura em 1920, com o livro de poesias A ilusão querida, mas foi com os livros Coração verde, Giraluz e Poemas de Bilu que conquistou renome nacional. Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado, em Porto Alegre.
Convidado por Getúlio Vargas para organizar o Instituto Nacional do Livro, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1937, junto a um grupo de intelectuais gaúchos. Foi diretor do INL durante cerca de trinta anos. Em 1947 recebeu o Prêmio Filipe de Oliveira na categoria Memórias e, em 1950, o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra literária.
Obra:
Como poeta
Augusto Meyer fez parte do modernismo gaúcho, introduzindo uma feição regionalista à poesia.
A ilusão querida (1923)
Coração verde (1926)
Giraluz (1928)
Duas orações (1928)
Poemas de Bilu (1929)
Sorriso interior (1930)
Literatura & poesia, poema em prosa (1931)
Poesias 1922-1955 (1957)
Antologia poética (1966)
Como crítico e ensaísta:
Divulgou no Brasil uma grande quantidade de autores nacionais e estrangeiros. Escreveu sobre Machado de Assis, considerada uma das obras mais importantes sobre o escritor.
Machado de Assis (1935)
Prosa dos pagos(1943)
À sombra da estante (1947)
Le Bateau ivre. Análise e interpretação (1955)
Preto & Branco (1956)
Gaúcho, história de uma palavra (1957)
Camões, o bruxo e outros estudos (1958)
A chave e a máscara (1964)
A forma secreta (1965)
Como folclorista
A literatura e o folclore do Rio Grande do Sul também foram estudados em obras fundamentais.
Guia do folclore gaúcho (1951)
Cancioneiro gaúcho (1952)
Seleta em prosa e verso (1973)
Como memorialista
Cultivou uma espécie de memorialismo lírico.
Segredos da infância (1949)
No tempo da flor (1966)
Eleito em 12 de maio de 1960 para Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Hélio Lobo, foi o sexto ocupante da cadeira 13, tendo sido recebido pelo acadêmico Alceu Amoroso Lima em 19 de abril de 1961.
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FONTES:
Gostaria em primeiro lugar parabenizar seu blog, está belíssimo e muito cultural, estou gostando da maneira que você está divulgando seu trabalho e o trabalhos de seus amigos, Moro aqui em Lisboa, e fiquei comovida com poesia que o Poeta José Pais fez para a nossa querida Amália, quero deixar aqui meu apoio, quando precisarem de mim estarei a disposição. Vá em frente seu trabalho está lindo demais. Olga Rodrigues Pontes
ResponderExcluirBom dia poeta Alberto Araujo, está lindo demais seu blog, muito cultural, acho melhor que certos jornais que só falam de crimes, affff. um abraço - Ricardo Molina Pontes de Albuquerque
ResponderExcluirCaraaaaca, onde você acha tanta coisa legal poeta, P A R A B É N S. - Renato de Oliveira Fernandes - Rio
ResponderExcluirBravo!!!!!, excelente matéria, ainda melhor quando você falou de Augusto Meyer, nota 1000. Parabéns. Rosa Duarte - Niterói - RJ
ResponderExcluirMesmo distante de minha terra, nesse blog fico sabendo das novidades em seus mínimos detalhes e com direito ao perfil completo. Que trabalho maravilhoso! Rever Icaraí nas fotos mais recentes para mim é um show. Abraço Tuela Lima - Portugal
ResponderExcluirLiiiindo demais, sem dúvidas o seu trabalho. Ótimo final de semana, Rosa Sthaphanny Almeida
ResponderExcluirMuito obrigado a todos vocês. Abraços
ResponderExcluirParabéns para Alberto Araujo que além de grande poeta , é exímio fotógrafo!
ResponderExcluirTambém com muito talento, divulga a vida cultural da cidade! Luzia Veloso