11 de setembro de 2011

CAFÉ PARIS NA BIENAL DO RIO DE JANEIRO

A Editora Nitpress, realizou dia 10-09-11 / sábado às 15 horas, o debate sobre Roda Literária do Café Paris, Na Bienal do Rio de Janeiro, o evento contou com a presença dos ilustres escritores Nelson Tangerini, Emílio Eigenheer, Wanderlino Leite Teixeira Netto, e com a intermediação do Jornalísta Luiz Augusto Erthal. O debate foi realizado no espaço "Letras de Niterói" - Rua Orígenes Lessa - Q - Pavilhão Verde - Bienal -Rio/11- Rio Centro. Na ocasião, foi lançado o livro "Na taba de Araribóia", Livro Indédito de Nestor Tangerini, frequentador assíduo da Roda Literária Café Paris. O livro foi inteiramente organizado pelo seu filho Nelson Tangerini. Veja a cobertura completa nas fotos abaixos:




 Café Paris, foi uma roda literária marcou a vida cultural fluminense na Niterói dos anos 10 e 20 do século passado. Aqui no debate Nelson Tangerini, filho de Nestor Tangerini, um dos frequentadores da roda.


Nelson Tangerini, 55 anos, é jornalista, escritor, poeta, compositor, fotógrafo e professor de Língua Portuguesa e Literatura. É membro do Clube dos Escritores Piracicaba clube.escritores@uol.com.br , onde ocupa a Cadeira 073 – Nestor Tangerini, e da ABI, Associação Brasileira de Imprensa.


CAFÉ PARIS

Nos Anos 1920, o Café Paris era o ponto de encontro de poetas e cronistas de Niterói. Ali reuniam-se Luiz Leitão, Nestor Tangerini - Piracicabano, René Descartes de Medeiros, Luiz de Gonzaga, Mazzini Rubano, Olavo Bastos, Apollo Martins, Mayrink, Oscar Mangeon, entre tantos outros. Eram exímios sonetistas numa época em que os Modernsitas de 1922 decretavam guerra ao Parnasianismo de Alberto de Oliveira [fluminense de Saquarema, morador de Niterói], Raimundo Correia e Olavo Bilac.Luiz Leitão e Nestor Tangerini. Escreviam sonetos satíricos e davam continuidade à poesia satírica em língua portuguesa – tradição começada nas Cantigas Medievais Portuguesas [de Maldizer e de Escárnio], passando por Bocage, Tolentino, Gregório e Tomás Antônio Gonazaga [Cartas Chilenas]. Nestor Tangerini foi um dos mais importantes literatas da época. ´Foi bom lembrar sobre o Café Paris, sobre a Niterói de 1920. A cidade fundada pelo Cacique Araribóia, na época, era a capital do Estado do Rio de Janeiro e uma das principais capitais do país.



Café Paris, à noite. A roda antiga
ali sentava-se a beber cachaça…
Amigo Bento! Como o tempo passa,
mas deixa sempre uma lembrança
Era o Isaac Cerquinho… que barriga!
E que talento de orador sem jaça!
O Olavo, bonachão, que em rimas traça
da “Dama loura” a imagem que o fustiga.
Depois vinha o Lili trocadilhista,
o Mazzini, o Mesquita, o Afrânio, em cada
da glória o brilho a refletir na vista…
E os boêmios, de almas quase que infantis,
vão debandando na alta madrugada…
E dorme em sombras o Café Paris.

Este poema encontra-se No livro Passeio das letras na taba de Araribóia - a literatura em Niterói no Século XX (Niterói Livros, 2003), de Wanderlino Teixeira Leite Netto. Trata-se de um poema que lhe foi dedicado por Benjamim Costa - na verdade, o último escrito por este, na manhã de 30 de dezembro de 1953, na varanda da casa de Lourenço Araújo, conforme relata Wanderlino em seu livro. Poema que retrata algumas facetas da roda literoboêmia do Café Paris:(*)






Emílio Maciel Eigenheer, Nelson Tangerini, Luiz Erthal





Lourenço Araújo - Poeta Boêmio -
Livro que aborda fatos importantes sobre Café Paris -
Autor: Emílio Maciel Eigenheer




Wanderlino Teixeira Netto, falando sobre Café Paris.
Um dos momentos marcantes do debate



Assistam ao vídeo com Wanderlino,
sugestão aumentar o som do computador,
devido o vídeo ficou com o som baixo






OS POETAS

Vai-se o primeiro explorador da musa...
Vai-se outro mais... mais outro... enfim dezenas
De poetas vão-se do Paris, apenas
O relógio da casa uma hora acusa.

E na noite seguinte a tropa intrusa,
Cantando em versos loiras e morenas,
Chorando as mágoas, desferindo as penas
À caixeirada deixa semi-fusa...

Também do botequim, onde os fregueses
Fazem lanches, um por um gringos, franceses,
Vão-se como esses vates imortais.

No lajedo da rua as pernas soltam,
Correm! Para o Paris os poetas voltam,
Mas os fregueses – qual! – não voltam mais. (***)


Autor: Nestor Tangerini.



Publicado na revista COLYSEU,
Niterói, RJ, julho de l924,
com o pseudônimo João do Paris.




UMA TROVA DE NESTOR TANGERINI 



Quando ele à cova baixou,
pleno de cana e de graça,
um verme aos outros gritou:
- Moçada, temos cachaça.


A trova de Nestor Tangerini traduz o espírito irreverente e boêmio de seu dileto amigo, companheiro de copo e permanente esbórnia literária na Niterói dos anos 10 e 20 do século passado, Lili Leitão, tido até hoje como o maior dos poetas satíricos do Estado do Rio. Eram os tempos áureos da Cidade Sorriso. Eram os tempos do Café Paris, cuja roda literária, liderada por Lili Leitão, ou Luiz Gondim Leitão, é hoje um cult reverenciado pelos ativistas da moderna literatura fluminense.(**)




Luiz Augusto Erthal, falou sobre Café Paris


O público presente conheceu
 um pouco o que foi "CAFÉ PARIS"


Nelson Marzullo Tangerini, Wanderlino Teixeira Netto
Luiz Augusto Erthal


Foto da platéia presente no debate

    

          
Nelson Marzullo Tangerini (filho de Nestor Tangerini)
e o poeta Alberto Araújo

Paulo Roberto Cecchetti, Luiz Augusto Erthal
e Nelson Marzullo Tangerini,
três personalidades importantes do
 mundo intelectual Fluminense



O Intelectual Luiz Antônio Barros,
presente ao debate.
Aqui Luiz certifica-se da próxima 
 programação da Editora Nitpress.



A Escritora e Declamadora conceituada Dionilce Faria,
 esteve presente. E logo após ao debate,
 proferiu uma palestra
sobre Hifenização,
tema de seu mais recente livro,
que será lançado oficialmente
dia 27 de Setembro de 2011 - às 16 horas
na Biblioteca Pública de Niterói-RJ
 Vamos lá prestigiar esse grande
evento da tão nobre escritora. 
O livro  de Dionilce traz assunto  do emprego do
hífen de maneira sucinta, e bem-descomplicada,
e será de muito importância para as pessoas que
encontram dificuldades na Língua Portuguesa.


Escritora Dionilce e o seu filho, o músico/poeta  Marco Faria
divulgando na Bienal do Rio/2011 - o Livro Vocabulário de
 Palavras Hifenizadas e Pluralizadas,
Foi um sucesso, quem foi adorou. Essa palestra foi
um pré-lançamento do livro que será lançado na Biblioteca.
Na ocasião será oferecido um grande coquetel. Vamos lá...






Eu estive lá e cliquei tudo...


FONTES:
(*)    http://youpode.com.br/blog/todapalavra/tag/cafe-paris/
(**)  http://www.revistaliteris.com.br/page_17.html 
(***) http://nelsonmarzullotangerini.blogspot.com/ 

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