7 de novembro de 2012

NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE TEIXEIRA E SOUSA - ESCRITOR CABO-FRIENSE

TEIXEIRA E SOUSA - ESCRITOR



A pesquisadora Rose Fernandes. Depois de muito trabalho, dedicação e interesse. descobriu, através de um documento encontrado no Arquivo da Arquidiocese de Niterói, que a data do nascimento de Teixeira e Sousa, primeiro romancista brasileiro a publicar um livro, “O Filho do Pescador”, não é dia 28 de março de 1812 e sim dia 30 de março do mesmo ano. Além disso, Teixeira e Sousa, segundo o documento, ele não era filho de pai português, mas sim de pais, ambos,  pardos forros (livres).
 
 
 
 
A pesquisadora descobriu esses dados no registro de batismo de Teixeira e Sousa (9 de abril de 1812), que equivalia à época, à certidão de nascimento. O padrinho do escritor foi Antônio de Souza, do qual recebeu o nome, um costume muito comum na época. O padrinho não esteve presente à cerimônia, mas foi representado por procuração e foi batizado pelo padre coadjutor Caetano Pires Gameiro.
 
 
Rose Fernandes - pesquisadora
 
Ao fazer tal descoberta, Rose encaminhou ao secretário de Cultura, José Correia, uma cópia do documento transcrito para que fosse publicado:

- Teixeira e Sousa é hoje para Cabo Frio um ícone que além de ser reconhecido pela sua obra literária, foi um homem de conhecimento e cultura, tendo o privilegio de ocupar o cargo de escrivão da Primeira Vara de Juiz do Comércio da Corte, em 1855, aos 43 anos, pois ser escrivão, à época, era um dos cargos mais almejados e melhor remunerado, normalmente ocupado pelos brancos. Ele conquistou esse lugar graças à sua capacidade intelectual sim, mas também por influência de cabo-frienses com certa influência política na Corte. A busca deste documento começou em 2010 e somente há uns 15 dias conseguiu dar minha parcela de contribuição para as comemorações dos 200 anos de Teixeira e Sousa – afirma Rose.
 
José Correia - Sec. Cultura  e Rose Fernandes
exibem a certidão original de Teixeira e Sousa
 
Para o secretário de Cultura José Correia, essa descoberta vai gerar desdobramentos:
- Sugiro que a Semana Teixeira e Sousa. que acontece todo ano, de 21 a 28 de março, passe a ter mais dois dias de comemoração e só termine no dia 30 de março, dia em que o escritor nasceu, e que viemos saber agora, ao invés de terminar no dia 28 – afirmou.



primeiro romance de
Teixeira e Sousa
 
O Filho do Pescador, de Teixeira e Souza (1843), é uma obra de ficção em prosa, nitidamente influenciada pelos folhetins franceses que haviam se tornado modismo em vários jornais brasileiros. O romance teve mais duas edições até 1859. O romance trata do drama amoroso entre uma mulher, chamada Laura, e um filho de pescador, chamado Augusto. O romance tem como ponto de partida um naufrágio ocorrido na deserta e esquecida Praia de Copacabana. Resgatada da morte por Augusto, a bela mulher enfeitiçará, o seu ingênuo salvador.

Ao dar início em sua obra, através de uma das faces de um naufrágio, Teixeira e Souza, segundo a maioria dos críticos, conquista o mérito de ser o iniciador definitivo do romance brasileiro, porque foi o primeiro a dar lugar de destaque as particularidades do nosso ambiente, tanto na utilização das personagens, como na representação das paisagens, como na caracterização dos costumes brasileiros. O seu romance é feito do que é comum a todos os grandes gêneros populares de sua época, como por exemplo: sentimentalismo, prolixidade, lágrimas linguagem retórica e chapada, situações falsas, pieguice, emoções baratas, suspense e reviravolta, ausência de tipos e personagens definidos e etc. É importante ressaltar que são formas estilísticas inerentes ao gênero e não imperfeições, como querem alguns críticos apontar.

No romance de Teixeira e Souza, a unidade da trama ou do enredo é assentada fundamentalmente num drama amoroso. O romance começa a ser dramatizado no seio da comunidade de pescadores. Uma classe que não costumava aparecer no Romantismo. O autor interiorano trabalha com as figuras populares que fazem parte do bucólico universo das praias e dos rochedos do litoral brasileiro, onde o mar sussurra os seus desejos incontidos. Uma parte desse mundo afastada, feita de canoas, redes e heróicos salvadores de naufrágios, Teixeira e Souza procurou utilizar para ambientar o início de seu romance de pura sentimentalidade.

A forma como Teixeira e Souza narra o seu romance, é decorrente dos cuidados tomados diante o público leitor brasileiro incipiente. É nesse contexto que O Filho do Pescador vem ao mundo, pois consciente da deficiência e do despreparo de seus leitores, o escritor utiliza estratégias narrativas voltadas para que a leitura, não seja posta de lado. São recursos, que representam um narrador que “tutela seu leitor de modo paternalista”, a exemplo das explicações constantes e retrocessos no relato para lembrar acontecimentos passados. Em suma, recorre às repetições, “numa recorrência configuradora de quadros e situações para aqueles leitores apenas alfabetizados, que eram maioria”.

O romancista não chega a definir personagens a rigor, o que apresenta são representações de vícios e virtudes, onde ocorre o velho embate entre o bem e o mal, em que vence o bem e a verdade, depois das passageiras vitórias do mal e da mentira. O maniqueísmo com a vitória dos bons sentimentos e da virtude e a simplificação na caracterização dos personagens, é um dos cacoetes estilísticos da ficção em série, ou seja, em fatias seriadas.
 
 

 
Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa - nasceu em Cabo Frio, 30 de março de 1812 — Rio de Janeiro, 1 de dezembro de 1861) foi um escritor brasileiro. É o autor do primeiro romance romântico brasileiro, intitulado O filho do pescador.
Por alguns anos exerceu este ofício no Rio de Janeiro, para onde viera de Itaboraí com o fim de nele aperfeiçoar-se. Cinco anos depois regressou à terra natal. Tinham-lhe morrido os quatro irmãos mais velhos. Aos vinte anos achou-se só no mundo, com escassíssimos bens que herdara do pai. Voltou aos estudos com o mesmo mestre, o cirurgião Inácio Cardoso da Silva, professor em Cabo Frio, e também poeta, cujos versos Teixeira e Sousa mais tarde reuniu e publicou. Em 1840 voltou ao Rio de Janeiro.

Obras

  • Cornélia, 1840 - tragédia
  • Cânticos líricos, 1841-1842
  • O filho do pescador, 1843 - romance
  • Os três dias de um noivado, 1844 - poema
  • Tardes de um pintor ou As intrigas de um jesuíta, 1847 - romance
  • A Independência do Brasil, 1847-1855 - poema
  • Gonzaga ou A Conjuração de Tiradentes, 1848-1851 - romance
  • A Providência, 1854 - romance
  • O cavaleiro teutônico ou A freira de Mariemburg, 1855 - tragédia em verso
  • As fatalidades de dous jovens (Recordações dos tempos coloniais), 1856 - romance
  • Maria ou A menina roubada, 1859 - romance
  • Os Gênios - alguns episódios
  • Canto inaugural por ocasião da elevação da estátua do Imperador Dom Pedro I - inédito
  • Paulina e Júlia - inédito.


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FONTES:

http://www.cabofrio.rj.gov.br/detalhenoticia.aspx?id=1eae933d-0bd3-4557-aeee-b067d424fb02

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_filho_do_pescador



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