TEIXEIRA E SOUSA - ESCRITOR
A pesquisadora Rose Fernandes. Depois
de muito trabalho, dedicação e interesse. descobriu, através de um documento
encontrado no Arquivo da Arquidiocese de Niterói, que a data do nascimento de
Teixeira e Sousa, primeiro romancista brasileiro a publicar um livro, “O Filho
do Pescador”, não é dia 28 de março de 1812 e sim dia 30 de março do mesmo ano.
Além disso, Teixeira e Sousa, segundo o documento, ele não era filho de pai
português, mas sim de pais, ambos,
pardos forros (livres).
A pesquisadora descobriu esses
dados no registro de batismo de Teixeira e Sousa (9 de abril de 1812), que equivalia
à época, à certidão de nascimento. O padrinho do escritor foi Antônio de Souza,
do qual recebeu o nome, um costume muito comum na época. O padrinho não esteve
presente à cerimônia, mas foi representado por procuração e foi batizado pelo
padre coadjutor Caetano Pires Gameiro.
Rose Fernandes - pesquisadora
Ao fazer tal descoberta, Rose
encaminhou ao secretário de Cultura, José Correia, uma cópia do documento
transcrito para que fosse publicado:
- Teixeira e Sousa é hoje para
Cabo Frio um ícone que além de ser reconhecido pela sua obra literária, foi um
homem de conhecimento e cultura, tendo o privilegio de ocupar o cargo de
escrivão da Primeira Vara de Juiz do Comércio da Corte, em 1855, aos 43 anos,
pois ser escrivão, à época, era um dos cargos mais almejados e melhor
remunerado, normalmente ocupado pelos brancos. Ele conquistou esse lugar graças
à sua capacidade intelectual sim, mas também por influência de cabo-frienses com
certa influência política na Corte. A busca deste documento começou em 2010 e
somente há uns 15 dias conseguiu dar minha parcela de contribuição para as
comemorações dos 200 anos de Teixeira e Sousa – afirma Rose.
José Correia - Sec. Cultura e Rose Fernandes
exibem a certidão original de Teixeira e Sousa
Para o secretário de Cultura José
Correia, essa descoberta vai gerar desdobramentos:
- Sugiro que a Semana Teixeira e
Sousa. que acontece todo ano, de 21 a 28 de março, passe a ter mais dois dias
de comemoração e só termine no dia 30 de março, dia em que o escritor nasceu, e
que viemos saber agora, ao invés de terminar no dia 28 – afirmou.
primeiro romance de
Teixeira e Sousa
O Filho do Pescador, de Teixeira e Souza (1843), é uma obra de ficção em
prosa, nitidamente influenciada pelos folhetins franceses que haviam se tornado
modismo em vários jornais brasileiros. O romance teve mais duas edições até
1859. O romance trata do drama amoroso entre uma mulher, chamada Laura, e um
filho de pescador, chamado Augusto. O romance tem como ponto de partida um
naufrágio ocorrido na deserta e esquecida Praia de Copacabana. Resgatada da
morte por Augusto, a bela mulher enfeitiçará, o seu ingênuo salvador.
Ao dar início em sua obra, através de uma das faces de um naufrágio, Teixeira e Souza, segundo a maioria dos críticos, conquista o mérito de ser o iniciador definitivo do romance brasileiro, porque foi o primeiro a dar lugar de destaque as particularidades do nosso ambiente, tanto na utilização das personagens, como na representação das paisagens, como na caracterização dos costumes brasileiros. O seu romance é feito do que é comum a todos os grandes gêneros populares de sua época, como por exemplo: sentimentalismo, prolixidade, lágrimas linguagem retórica e chapada, situações falsas, pieguice, emoções baratas, suspense e reviravolta, ausência de tipos e personagens definidos e etc. É importante ressaltar que são formas estilísticas inerentes ao gênero e não imperfeições, como querem alguns críticos apontar.
No romance de Teixeira e Souza, a unidade da trama ou do enredo é assentada fundamentalmente num drama amoroso. O romance começa a ser dramatizado no seio da comunidade de pescadores. Uma classe que não costumava aparecer no Romantismo. O autor interiorano trabalha com as figuras populares que fazem parte do bucólico universo das praias e dos rochedos do litoral brasileiro, onde o mar sussurra os seus desejos incontidos. Uma parte desse mundo afastada, feita de canoas, redes e heróicos salvadores de naufrágios, Teixeira e Souza procurou utilizar para ambientar o início de seu romance de pura sentimentalidade.
A forma como Teixeira e Souza narra o seu romance, é decorrente dos cuidados tomados diante o público leitor brasileiro incipiente. É nesse contexto que O Filho do Pescador vem ao mundo, pois consciente da deficiência e do despreparo de seus leitores, o escritor utiliza estratégias narrativas voltadas para que a leitura, não seja posta de lado. São recursos, que representam um narrador que “tutela seu leitor de modo paternalista”, a exemplo das explicações constantes e retrocessos no relato para lembrar acontecimentos passados. Em suma, recorre às repetições, “numa recorrência configuradora de quadros e situações para aqueles leitores apenas alfabetizados, que eram maioria”.
O romancista não chega a definir personagens a rigor, o que apresenta são representações de vícios e virtudes, onde ocorre o velho embate entre o bem e o mal, em que vence o bem e a verdade, depois das passageiras vitórias do mal e da mentira. O maniqueísmo com a vitória dos bons sentimentos e da virtude e a simplificação na caracterização dos personagens, é um dos cacoetes estilísticos da ficção em série, ou seja, em fatias seriadas.
Ao dar início em sua obra, através de uma das faces de um naufrágio, Teixeira e Souza, segundo a maioria dos críticos, conquista o mérito de ser o iniciador definitivo do romance brasileiro, porque foi o primeiro a dar lugar de destaque as particularidades do nosso ambiente, tanto na utilização das personagens, como na representação das paisagens, como na caracterização dos costumes brasileiros. O seu romance é feito do que é comum a todos os grandes gêneros populares de sua época, como por exemplo: sentimentalismo, prolixidade, lágrimas linguagem retórica e chapada, situações falsas, pieguice, emoções baratas, suspense e reviravolta, ausência de tipos e personagens definidos e etc. É importante ressaltar que são formas estilísticas inerentes ao gênero e não imperfeições, como querem alguns críticos apontar.
No romance de Teixeira e Souza, a unidade da trama ou do enredo é assentada fundamentalmente num drama amoroso. O romance começa a ser dramatizado no seio da comunidade de pescadores. Uma classe que não costumava aparecer no Romantismo. O autor interiorano trabalha com as figuras populares que fazem parte do bucólico universo das praias e dos rochedos do litoral brasileiro, onde o mar sussurra os seus desejos incontidos. Uma parte desse mundo afastada, feita de canoas, redes e heróicos salvadores de naufrágios, Teixeira e Souza procurou utilizar para ambientar o início de seu romance de pura sentimentalidade.
A forma como Teixeira e Souza narra o seu romance, é decorrente dos cuidados tomados diante o público leitor brasileiro incipiente. É nesse contexto que O Filho do Pescador vem ao mundo, pois consciente da deficiência e do despreparo de seus leitores, o escritor utiliza estratégias narrativas voltadas para que a leitura, não seja posta de lado. São recursos, que representam um narrador que “tutela seu leitor de modo paternalista”, a exemplo das explicações constantes e retrocessos no relato para lembrar acontecimentos passados. Em suma, recorre às repetições, “numa recorrência configuradora de quadros e situações para aqueles leitores apenas alfabetizados, que eram maioria”.
O romancista não chega a definir personagens a rigor, o que apresenta são representações de vícios e virtudes, onde ocorre o velho embate entre o bem e o mal, em que vence o bem e a verdade, depois das passageiras vitórias do mal e da mentira. O maniqueísmo com a vitória dos bons sentimentos e da virtude e a simplificação na caracterização dos personagens, é um dos cacoetes estilísticos da ficção em série, ou seja, em fatias seriadas.
Obras
- Cornélia, 1840 - tragédia
- Cânticos líricos, 1841-1842
- O filho do pescador, 1843 - romance
- Os três dias de um noivado, 1844 - poema
- Tardes de um pintor ou As intrigas de um jesuíta, 1847 - romance
- A Independência do Brasil, 1847-1855 - poema
- Gonzaga ou A Conjuração de Tiradentes, 1848-1851 - romance
- A Providência, 1854 - romance
- O cavaleiro teutônico ou A freira de Mariemburg, 1855 - tragédia em verso
- As fatalidades de dous jovens (Recordações dos tempos coloniais), 1856 - romance
- Maria ou A menina roubada, 1859 - romance
- Os Gênios - alguns episódios
- Canto inaugural por ocasião da elevação da estátua do Imperador Dom Pedro I - inédito
- Paulina e Júlia - inédito.
SAIBA MAIS ACESSE O SITE:
FONTES:
http://www.cabofrio.rj.gov.br/detalhenoticia.aspx?id=1eae933d-0bd3-4557-aeee-b067d424fb02
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_filho_do_pescador
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