HOMENAGEM DO CENÁCULO FLUMINENSE
DE HISTÓRIA E LETRAS
À LUIZ ANTÔNIO PIMENTEL
29-07-11- SEXTA FEIRA ÁS 16:00h
Luís Antônio Pimentel ( Nasceu em Miracema-RJ, 29 de março de 1912) é um poeta, professor, jornalista e memorialista brasileiro. É membro da Academia Fluminense de Letras - AFL; Academia Niteroiense de Letras - ANL e presidente de honra no Grupo Monaco de Cultura.
Tendo sido aluno bolsista em intercâmbio no Japão, residiu lá entre os anos de 1937-1942, familiarizando-se com o haicai ao ter contato com autoridades como Hagiwara Sakutarô e Takamura Kôtarô. Pimentel tem sua poesia traduzida para o inglês, o alemão, o francês, o espanhol e o sueco.
Pimentel é um dos precursores do haicai no Brasil, responsável pela divulgação deste estilo de poesia ao lado de Olga Savary e Helena Kolody. Tem parte na cunhagem definitiva do termo “haicai” em língua portuguesa quando, estudante da faculdade de filosofia da Universidade do Brasil, encaminhou a Aurélio Buarque de Holanda, por intermédio do gramático Celso Cunha, o pedido de dicionarização, evitando que o termo se dispersasse em outras transliterações como hai-cai, hai-kai, haikai, haiku, hai-ku e hokku. Com seu livro Namida no Kito, obra escrita em português no japão e traduzida para o japonês no ano de 1940, Pimentel se tornou o primeiro autor brasileiro traduzido para o japonês que se tem notícia.
O autor reconhece ter se permitido inovar o haicai ao tratar de temas tropicais, criando também o haicai erótico, o engajado politicamente e o étnico. Contudo, estas pequenas transgressões não corrompem o cânon estético inaugurado por Matsuô Bashô como a rigorosa métrica e a exigência da indicação da estação do ano (Kigo) e dos fenômenos da natureza.
Sua vasta obra literária, conta com livros como: Contos do velho Nipon (1940), Tankas e haicais (1953), Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico (2004). E se encontra reunida em três volumes publicados pela editora Niterói Livros, que contém o texto integral de Tankas e haicais, tal como coordenada pelo professor Nelson Eckhardt em 1953.
A obra reunida, em acurada edição crítica de três volumes, conta também com poesias compiladas inéditas até 2004, data desta edição e versões para diversas línguas, entre elas o japonês, na tradução de Yonekura Teruo.
Além da primeira biografia, assinada por Alaôr Eduardo Scisínio, a obra do poeta recebeu diversos estudos, como o escrito pelo filósofo brasileiro R.S. Kahlmeyer-Mertens, que nos últimos anos vem dedicando trabalhos sobre a produção de haicais do poeta, destacando o relevo do pensamento de Pimentel para a contemporaneidade.
- O vento levanta
- a névoa fina do vale,
- despertando a aurora.
- Chove: chia a chuva
- E, de chofre, o chão enxuto.
- Encharca-se e se enxágua.
- A onda, na bruma,
- côncava, redonda, estronda.
- Explodindo espuma
- Predador perene,
- pula o sapo-pipa e parte
- o espelho do poço.
- Que é um haicai?
- É o cintilar das estrelas
- num pingo de orvalho.
- O cego pergunta:
- como é o luar? E a jovem
- beija-o na fronte.
- Completa a ternura:
- tira os espinhos da rosa,
- antes de ofertá-la.
- A jovem romântica
- tirou todos os espinhos
- do balcão florido.
- Lagarta, hoje verme,
- amanhã, em altos vôos,
- vai sugar as flores.
Obras de Luís Antônio Pimentel
Fonte: Wikipédia.orgA escritora Dionilce Faria, fez uma belíssima homenagem ao poeta.
A declamadora Geny Sardenberg, prestou sua homenagem, declamando poema
Homenageam do Professor, pesquisador, jornalista e historiador
Marcos Vinícius Macedo Varella
O escritor Gilson Rangel Rolim, também fez uma bonita homenagem
Geny Sardenbeg
A cenaculista Elizabeth do Valle, também homenageou Luiz Pimentel
Vice-Presidente Júlio Vanni encerrou a solenidade com um belo discurso,
e declamação de poesia que Luiz Pimentel admirava.
Medalha de honra do Cenáculo, concedida ao escritor Luiz Antoônio Pimentel
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